O gol com a mão marcado pelo jogador do Paraná contra o Ceará sábado no Castelão, em Fortaleza, é daqueles lances de matar de raiva os onze jogadores do time prejudicado, reservas e a torcida presente ao estádio. O árbitro alagoano, Charles Cavalcante Ferreira, já punido com afastamento até 2010 por Sérgio Corrêa, Diretor de Arbitragem da CBF, deveria ir para casa de camburão. Não por segurança, mas para pagar um merecido mico pelo erro grave e conseqüente prejuízo ao time cearense. Ainda é pouco para o tamanho do débito que pode aparecer na conta do Ceará que acabou perdendo por 1 a 0. Já pensaram se estes três pontos fizerem falta na hora de fechar a conta para definir um dos classificados para a série A do ano que vem?
Wellington Silva é o nome do artilheiro paranaense, imitador barato do Maradona, autor daquele gol contra a Inglaterra na Copa de 86 no México. Dieguito pelo menos dissimulou, como se o lance tivesse sido de cabeça, e não com “la mano de dios”, como ele debochadamente definiu a situação horas depois. Pode-se dizer que o argentino confundiu a arbitragem. Não foi o caso de sábado, quando além de anular o gol, my friend Charles deveria expulsar o infrator. A auxiliar Ticiana de Lucena Martins, também de Alagoas, chamou a atenção do árbitro sobre a irregularidade do lance, mas ele preferiu levar adiante a bobagem e manter a sua decisão estúpida. Prepotência e arrogância chama-se isso.
O estrago está feito e não tem volta. Não existe nada no Brasil que faça o conserto. Na Europa já aconteceu e sem necessidade de tribunal desportivo. A memória não me ajuda. Se não me engano foi na Alemanha que houve a anulação de uma partida por decisão da própria Confederação em reconhecimento a um erro crasso da arbitragem. Aqui, como se diz no interior, segue o baile e um abraço pro gaiteiro. Passa a semana e continua tudo como dantes na arbitragem brasileira. A cartolagem parece que prefere assim. Afinal, a culpa não é de quem administra o nosso futebol e sim da televisão, esse demônio criado pela tecnologia.